Afinal, o que é Bullying?

Afinal, o que é bullying?



Quase todo mundo já ouviu algo sobre bullying em algum momento da vida, mas o que é isso? De onde veio essa palavra? O que de fato ela representa?
O termo bullying foi cunhado, inicialmente, pelo pesquisador sueco Dan Olweus em meados da década de 1970. Seu objetivo era classificar um tipo particular de violência, que ocorre entre pessoas com a mesma posição social, ou seja, uma violência entre pares. Esse tipo de violência foi historicamente negligenciado por pais, professores e profissionais diversos, sendo até hoje chamado de “brincadeira de criança” ou comparado a um “estágio de desenvolvimento” e até um mal necessário para a “formação do caráter”.
Em sua definição clássica, o bullying se refere ao conjunto de comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos, com motivação pouco evidente, de uma ou mais pessoas contra outra(s), ocorrendo dentro de uma relação assimétrica de poder que beneficia o agressor em detrimento da vítima. Entre os motivos mais frequentes da prática de bullying estão aparência física, aparelhos corretores (óculos, aparelhos ortodônticos), cor da pele, orientação sexual, atrasos no desenvolvimento etc.
Quanto à forma de envolvimento com o bullying, a literatura classifica os envolvidos em agentes (aqueles que realizam a provocação), vítimas (aquelas que sofrem a provocação), vítimas-agentes (aquelas que, em determinados contextos, sofrem a agressão, mas em outros contextos a realizam) e testemunhas (todos os presentes em um episódio de provocação). As testemunhas são peças-chave para a prevenção e intervenção frente a esse fenômeno, pois sua reação a partir do episódio de agressão pode aumentar ou diminuir a probabilidade desta voltar a ocorrer no futuro. Já em relação a que comportamentos são considerados bullying os principais estudos mundiais sobre o fenômeno classificam seus episódios em diretos e indiretos. O bullying direto refere-se aos comportamentos publicamente observáveis, tais como xingamentos, apelidos, empurrões, gritos, socos, furtos etc. Já o bullying indireto refere-se a comportamentos mais difíceis de serem observados, tais como indiferença, exclusão, difamação e negação da vítima.

Ao contrário do que comumente se pensa, o envolvimento com o bullying traz prejuízos significativos para todos os envolvidos, sejam eles agentes, vítimas ou testemunhas, sendo fundamental prevenir e intervir sobre o fenômeno para a promoção de bem-estar e qualidade de vida a curto, médio e longo prazo.



Autores:

Rafaela de Medeiros Ribeiro
João Paulo U. Cunha



Referências utilizadas:

Lopes Neto, A. A. (2005). Bullying – Comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria, 81, 164-172.

Olweus, D. (1993). Bullying at school: what we know and what we can do. Oxford: Blackwell.




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